O que a febre do pistache nos ensina sobre marketing para o agro?

Enquanto muitos profissionais do agronegócio no Brasil ainda debatem como alavancar seus negócios, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) já nos deu uma aula prática de marketing eficaz.

Desde 2020, os norte-americanos vêm promovendo o pistache no mercado brasileiro com uma estratégia digna de case de sucesso: 85% do grão consumido no Brasil provém de terras americanas. 

O USDA tem investido em parcerias com o Brasil para facilitar a exportação do pistache. Eles não se limitaram a colocá-lo só nas prateleiras dos supermercados, mas o levaram também às redes sociais, aos cardápios dos melhores restaurantes e às aulas de culinária de influenciadores. 

O resultado? Uma demanda explosiva por um produto antes considerado de nicho. E nós, brasileiros, ficamos como espectadores assistindo de camarote, enquanto marcas internacionais ocupam espaços que poderiam ser nossos.


A “Invasão” do Pistache

Edivaldo Sanches/Cortesia

O ano de 2024 será lembrado como o período em que o pistache conquistou de vez os paladares brasileiros. Faça uma breve pesquisa nas redes sociais para comprovar: você receberá uma série de conteúdos que vão desde críticas a receitas gastronômicas, mas também incluem debates sociais, políticos e econômicos.

Fato é que o pistache passou a ser protagonista e a ocupar debates em várias esferas. Existe prova melhor do que essa de que uma estratégia de marketing e vendas deu certo? 

Dados mostram que as importações brasileiras de pistache triplicaram nos últimos dois anos, passando de 350 toneladas em 2022 para mais de mil toneladas em 2024, essas informações foram divulgadas pelo portal G1 e corroboradas por dados do Ministério da Economia, que apontam o crescente consumo da oleaginosa no Brasil.

A colheita recorde nos Estados Unidos, principal exportador, facilitou o aumento da oferta global, reduzindo os custos e ampliando a acessibilidade para mercados emergentes como o Brasil.

O pistache deixou de ser apenas um ingrediente de luxo. Ele se tornou presença garantida em sobremesas, como tortas e sorvetes, e produtos industrializados, como panetones e barras de chocolate. 

Restaurantes sofisticados e confeitarias também o incorporaram em seus cardápios, contribuindo para popularizar a imagem do grão como uma opção saborosa e saudável.


Por que o Brasil não produz pistache?

Apesar do aumento do consumo, o Brasil ainda não possui uma produção nacional de pistache. Atualmente, o país depende exclusivamente de importações de países como os Estados Unidos e o Irã, país onde nasceu o cultivo.

Essa dependência limita a competitividade e impede que o Brasil aproveite plenamente o potencial do mercado interno.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) anunciou planos para iniciar projetos experimentais de cultivo de pistache no Ceará em 2027. A ideia é adaptar a cultura às condições climáticas brasileiras, especialmente em regiões semiáridas, como o nordeste, que apresentam características semelhantes às áreas produtoras no Oriente Médio e na Califórnia.


Uma Oportunidade Econômica

O caso do pistache serve como um alerta para os produtores brasileiros. Com clima e solos diversos, o Brasil tem potencial para se tornar um player importante no mercado global de pistache. No entanto, isso exige investimentos em pesquisa, tecnologia e infraestrutura agrícola.

A febre do pistache é um exemplo claro de como a demanda pode impulsionar um mercado inexplorado. Sem uma produção local, o Brasil deixa de gerar empregos e receitas, permanecendo como mero consumidor de produtos estrangeiros.


Tendências para 2025 no Agronegócio Brasileiro

Enquanto a produção de pistache ainda não é uma realidade no Brasil, outras tendências apontam para um crescimento significativo no agronegócio em 2025: os dados apresentados foram baseados em informações publicadas por instituições como CEPEA/USP, CONAB, ABIEC, Embrapa e MAPA. Essas fontes destacam projeções de crescimento no PIB do Agro, aumento na produção de grãos e carnes, adoção de tecnologias digitais e práticas sustentáveis no setor.

  • Crescimento do PIB do Agro: projeção de aumento de até 5%, impulsionado pela recuperação da produção agrícola e pelo fortalecimento das exportações;
  • Produção de grãos: expectativa de 311 milhões de toneladas, um crescimento de 5,8% em relação a 2024;
  • Expansão na produção de carnes: produção de carne bovina deve alcançar 9,78 milhões de toneladas, consolidando o Brasil como um dos maiores exportadores globais;
  • Tecnologias digitais: ferramentas como tokenização de commodities e monitoramento remoto estão transformando a eficiência no campo;
  • Práticas sustentáveis e rastreabilidade: a busca por produtos saudáveis e sustentáveis continua em alta, pressionando o setor a adotar melhores práticas.

Se 2024 foi o ano em que o pistache mostrou seu potencial no mercado brasileiro, 2025 pode ser o ano em que o agronegócio nacional assume as rédeas para aproveitar novas oportunidades. O pistache é um símbolo de como estratégia e marketing podem transformar um mercado.

Para o Brasil, o desafio vai além de apenas plantar novas culturas: é hora de investir em inovação, adotar práticas sustentáveis e alinhar o setor agro às demandas do mercado global. 

Não podemos mais assistir enquanto outros países nos ensinam como aproveitar nosso próprio potencial. O momento de agir é agora, antes que outras “febres” nos peguem novamente despreparados.


Cases do agronegócio que colocam o Brasil como referência

Se por um lado a febre do pistache nos faz olhar para fora e aprender com o mercado, por outro, há muito o que se aprender com estratégias de empresas brasileiras. 

Não é novidade para ninguém que o agro brasileiro é um dos mais fortes do mundo, ocupando a 4ª posição mundial na produção de grãos, de acordo com a Embrapa. 

Mas o que muita gente esquece – ou não sabe –  é que o agronegócio não é só sobre produção. O agro também é sobre tecnologia. É sobre criar mecanismos para facilitar a vida de quem produz – e, consequentemente, de quem consome.

E neste sentido, uma fintech brasileira merece destaque: ela tem transformado a forma como revendas, indústrias e produtores agrícolas se relacionam com o mercado de crédito. 

Imagine criar uma tecnologia que resolve as fricções de um dos processos mais burocráticos do país e torna o acesso ao crédito rápido, simples e digital. A Farmtech, empresa brasileira com sede em São Paulo, criou uma metodologia inédita para facilitar a comercialização de insumos do agronegócio. 

É simples: com um algoritmo próprio, a empresa permite que revendas e indústrias descubram os limites de crédito pré-aprovados para os seus clientes de uma vez só e em poucos minutos. A única informação necessária pra isso é o CPF ou o CNPJ do cliente final.

Os dados falam por si: em 2024, a Farmtech atingiu o patamar de R$ 22 bilhões em crédito viabilizados, com 200 mil operações bem-sucedidas e 20 mil clientes beneficiados direta e indiretamente. A empresa atinge 85% da cadeia de insumos do Brasil através dos seus parceiros e já fechou parcerias exclusivas com algemas das maiores marcas do agro como Yara, Syngenta, UPL e Bayer.

E se o pistache nos obrigou a olhar para fora, a Farmtech inverteu o cenário: em julho de 2024, recebeu aporte de US$ 10  milhões da Bewater, empresa investidora norte-americana.  

Com a ajuda da GH Brandtech, a Farmtech se reposicionou no mercado em 2024 e tem criado estratégias de marketing para se consolidar como líder em crédito digital rural no Brasil.

Você precisa construir uma estratégia de marketing para posicionar ou fortalecer sua empresa no agronegócio? Conte com a gente. Neste vídeo, eu te explico porque somos a parceira mais indicada para isso.

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